Chen Lu Província de Zhejiang
Nasci na década de 1980 em uma aldeia — nós éramos uma família de agricultores por gerações. Eu me joguei em meus estudos para que eu pudesse fazer vestibular para a faculdade e escapar da vida de pobreza e atraso da aldeia. Quando comecei o ensino médio, encontrei A História da Arte Ocidental, e quando vi tantas pinturas belas como “Gênesis”, “O Jardim do Éden” e “A Última Ceia”, só então percebi que havia um Deus no universo que criou todas as coisas. Não pude deixar de ter um coração que anseia por Deus. Depois de me formar na faculdade, encontrei um trabalho bom com muita facilidade e depois encontrei um grande parceiro. Eu finalmente havia realizado minhas próprias esperanças, assim como as dos meus antepassados. Havia escapado da linhagem dos meus ancestrais de manter o rosto para o chão e as costas para o céu, e, em 2008, o nascimento de uma criança acrescentou muito mais alegria à minha vida. Olhando para tudo o que eu tinha em minha vida, acreditava que deveria ter uma vida feliz e confortável. No entanto, enquanto eu estava desfrutando dessa vida bela e invejável, eu nunca conseguia me livrar dessa vaga sensação de vazio no fundo do meu coração. Isso me fez sentir muito confusa e desamparada.
Aquela foi a manhã de 21 de dezembro de 2012. Mais de uma dúzia de irmãos e irmãs estavam se encontrando na casa de uma anfitriã quando houve uma súbita explosão de batidas e gritos na porta: “Abram a porta! Abram a porta! Inspeção da casa!” Assim que uma irmã estava abrindo a porta, seis ou sete policiais empunhando bastões forçaram a entrada. Eles nos separaram bruscamente e começaram a vasculhar as gavetas. Uma irmã mais nova se aproximou e perguntou a eles: “Estamos na casa de nossos amigos e não violamos a lei. Por que vocês estão revistando a casa?” A polícia respondeu ferozmente: “Comporte-se! Se dissermos para você ficar lá, fique parada lá. Se não pedirmos para você falar, mantenha a boca fechada!” Então eles a jogaram brutalmente no chão e gritaram agressivamente: “Se você quer resistir, nós bateremos em você!” A unha dela foi quebrada e o seu dedo estava sangrando. Vendo o rosto feroz da polícia, senti ódio e medo, então orei em silêncio a Deus para me dar força e confiança para me proteger a permanecer como testemunha. Depois de orar, meu coração se acomodou consideravelmente. A polícia confiscou muitos materiais evangélicos e coleções das palavras de Deus, depois nos conduziram a veículos policiais.
Assim que chegamos à delegacia, eles confiscaram tudo o que estávamos carregando e nos interrogaram sobre nossos nomes, endereços e quem eram nossos líderes da igreja. Eu estava com medo de implicar minha família e não disse nada; outra irmã também não disse nada, então a polícia nos viu como líderes e se preparou para nos interrogar separadamente. Eu estava com muito medo naquele momento ouvi falar que a polícia era particularmente brutal com pessoas que não eram locais e eu tinha sido classificada como um alvo para o interrogatório. Isso certamente significaria mais ferocidade, menos sorte. Nesse momento em que eu estava em um estado terrível e vivendo com medo, ouvi minha irmã que estava muito perto de mim orando: “Ah Deus, Tu és a nossa rocha, o nosso refúgio. Satanás está sob os Teus pés e estou disposta a viver de acordo com as Tuas palavras e permanecer como testemunha para Te satisfazer!” Depois de ouvir isso, meu coração se iluminou. Eu pensei: É verdade — Deus é a nossa rocha, Satanás está debaixo dos pés Dele, então do que tenho medo? Enquanto eu confiar em Deus e cooperar com Ele, Satanás pode ser derrotado! De repente eu não estava mais com medo, mas também senti vergonha. Pensei no fato de que quando aquela irmã pensou nisso, ela poderia viver baseada nas palavras de Deus e não perder a confiança Nele, mas eu tinha sido tímida e covarde. Eu não tinha nem um pouco da espinha dorsal de alguém que acredita em Deus. Graças ao amor Dele e através da oração daquela irmã que me motivou e ajudou, eu não tinha mais medo do poder despótico da polícia. Decidi silenciosamente: embora eu tenha sido presa hoje, estou determinada a permanecer como testemunha para satisfazer a Deus. Eu absolutamente não serei uma covarde que O desaponta!
Por volta das dez horas, dois policiais me algemaram e me levaram para uma sala para me interrogar sozinha. Um dos policiais falou comigo no dialeto local. Eu não entendi, e quando perguntei o que ele havia dito, inesperadamente essa pergunta os irritou. Um dos policiais em pé gritou: “Você não nos respeita!” Enquanto ele falava, correu e agarrou meu cabelo me jogando de um lado para outro. Eu fiquei tonta, fui sacudida de um lado para o outro e meu couro cabeludo parecia estar sendo descascado e meu cabelo estava sendo arrancado. Logo depois disso outro policial correu até mim e gritou: “Teremos que ser rudes? Quem pediu pra você pregar o evangelho?” Eu estava cheia de raiva e respondi: “Pregar o evangelho é meu dever”. No segundo em que eu disse isso, o primeiro policial mais uma vez me agarrou pelos cabelos e deu um tapa no meu rosto, me batendo e gritando: “Vou fazer você pregar mais! Vou fazer você pregar mais!” Ele bateu no meu rosto até ficar vermelho e dolorido, e ele começou a inchar. Quando ele cansou de me bater, me soltou, depois pegou o celular e o aparelho de MP4 que tinham encontrado comigo e pediu informações sobre a igreja. Confiei na sabedoria para lidar com eles. Do nada, um policial perguntou: “Você não é daqui, fala mandarim tão bem e definitivamente não é uma pessoa comum. Seja honesta! Por que você veio para cá? Quem enviou você? Quem é o seu líder? Como entrou em contato com a igreja daqui? Onde você mora?” Ouvindo que esses policiais me viam como uma pessoa importante e eles insistiram em coletar informações sobre a igreja de mim, meu coração foi parar na minha garganta e clamei a Deus para me dar confiança e força. Através da oração meu coração foi lentamente acalmado e eu respondi: “Eu não sei de nada”. Quando me ouviram dizer isso, eles bateram na mesa furiosamente e gritaram: “Espere só, veremos como você se sente daqui a pouco!” Então pegaram o meu aparelho de MP4 e apertaram o tocar. Eu estava muito assustada. Eu não sabia quais meios eles empregariam para lidar comigo, então fiz um clamor urgente a Deus. Eu não imaginava que o que tocava era uma gravação de comunhão sobre a entrada da vida: “Você acha que esse tipo de pessoa pode ser salvo? Ele não tem devoção a Cristo; ele não tem uma mente de Cristo. Quando ele encontra adversidades, se separa de Cristo e segue seu próprio caminho. Ele vira as costas para Deus, seguindo a Satanás... Durante o reinado do grande dragão vermelho, enquanto experimenta a obra de Deus, se você é capaz de dar as costas ao grande dragão vermelho e permanecer do lado de Deus, não importa como ele persiga ou oprima você, você pode absolutamente obedecer a Deus e pode ser devoto a Deus até a morte. Somente este tipo de pessoa é digno de ser chamado de vencedor, é digno de ser chamado de alguém que é a mesma mente com Deus” (de ‘As dez realidades das palavras de Deus nas quais se deve entrar para ser salvo e aperfeiçoado” em “Sermões e comunhão sobre a entrada na vida IV”). Quando ouvi as palavras “se separa”, senti uma pontada de dor no coração. Eu não pude deixar de pensar que quando o Senhor Jesus estava trabalhando, aqueles que O seguiram e desfrutaram da Sua graça foram muitos, mas quando Ele foi pregado na cruz e os soldados romanos estavam prendendo os cristãos à direita e à esquerda, muitas pessoas fugiram com medo. Isso trouxe grande dor a Deus! Mas então, que diferença havia entre mim e aquelas pessoas ingratas? Quando desfrutei da graça e das bênçãos de Deus eu estava cheia de confiança em seguir a Deus, mas quando enfrentei adversidades que exigiam que eu sofresse e pagasse um preço, fiquei tímida e com medo. Como isso poderia confortar o coração de Deus? Pensei no fato de que Deus claramente sabia que encarnar na China, esse país governado por ateístas, apresentaria grandes perigos, mas, para nos salvar, seres humanos corruptos, Ele ainda veio a este lugar de demônios sem hesitação, tolerando sua busca e condenação, e Ele pessoalmente nos conduziu ao caminho da busca da verdade. Vendo a disposição de Deus de sacrificar tudo, de desistir de tudo para nos salvar, por que eu, como alguém que desfrutava da graça de Sua salvação, não poderia pagar um preço pequeno por Ele? Em minha consciência, me senti repreendida e odiei ser tão egoísta e tão inútil. Eu realmente sentia profundamente que Deus estava cheio de esperança e preocupação por mim. Senti que Ele sabia bem que eu era imatura em estatura e medrosa diante do despotismo de Satanás; Ele me permitiu ouvir isto através dos meios da polícia tocando aquela gravação, permitindo que eu entendesse a Sua vontade, de modo que em meio à adversidade e opressão eu pudesse testemunhar de Deus e satisfazê-Lo. Por um momento, fiquei tão comovida com o amor de Deus que lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu silenciosamente disse a Deus: “Ah Deus! Eu não quero ser alguém que se separa de Ti e te fira; quero ficar Contigo através das alegrias e tristezas. Não importa como Satanás me torture, estou determinada a testemunhar e confortar o Teu coração”.
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